quarta-feira, 27 de abril de 2011

Amante à Moda Antiga

 
Eu sou aquele amante à moda antiga,
Do tipo que ainda manda flores;
Aquele que no peito ainda abriga
Recordações de seus grandes amores.
Eu sou aquele amante apaixonado,
Que curte a fantasia dos romances,
Que fica olhando o céu de madrugada
Sonhando abraçado à namorada.
Eu sou do tipo de certas coisas
Que já não são comuns nos nossos dias:
As cartas de amor, o beijo na mão,
Muitas manchas de batom
Daquele amasso no portão.
Apesar de todo progresso,
Conceitos e padrões atuais,
Sou do tipo, que na verdade,
Sofre por amor e ainda chora de saudades,
Porque sou aquele amante à moda antiga,
Do tipo que ainda manda flores.
Apesar do velho tênis e da calça desbotada,
Ainda chamo de querida a namorada.
(Composição : Erasmo Carlos / Roberto Carlos)


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Filme: Os garotos da minha vida

Sinopse

Nos anos 60, Beverly D'Onofrio (Drew Barrymore) é uma garota que vive em uma cidade do interior dos Estados Unidos e sonha em chegar à universidade e tornar-se uma escritora. Porém, seus planos são subitamente interrompidos quando, aos 15 anos, ela fica grávida de Ray Murphy (Steve Zahn), um motoqueiro que conheceu há apenas poucas semanas. Com medo de que sua filha se tornasse mãe solteira, os pais de Beverly a obrigam a se casar com Ray e abandonar os estudos para cuidar da criança. Mas Beverly não desiste de seu sonho e, após enfrentar alguns erros e obstáculos, busca enfim realizá-lo.

(Trailer sem legendas, pois é o único que encontrei disponível no youtube. No entanto, as imagens dizem muito e dá pra entender um pouco do filme, que vale a pena ver!)

PAGU


Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Uh! Uh! Uh! Uh!...
Eu sou pau prá toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira
Nem sou puta...
Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...
Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!...
Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Uh! Uh!
Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Uh! Uh!...
Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...
Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...(2x)
Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!...
(Composição : Rita Lee e Zélia Duncan)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vale a pena refletir: uso de véu integral na França

Polícia francesa prende mulheres em manifestação a favor do uso do véu islâmico em Paris
Nesta segunda-feira entrou em vigor na França uma lei que proíbe o uso do véu islâmico integral

Mulheres que usavam o véu islâmico integral (niqab), proibido a partir desta segunda-feira, e simpatizantes da causa foram detidos durante uma manifestação que não havia sido comunicada à polícia diante da catedral de Notre Dame em Paris. Pelo menos duas mulheres que vestiam o niqab, uma mulher que vestia um véu que não escondia o rosto e um dos líderes da manifestação foram detidos, informou o delegado Alexis Marsan. 

— Não foram detidas por usar o véu islâmico integral, e sim porque não informaram o protesto — declarou o policial. 

Na França, os organizadores de uma manifestação devem solicitar uma autorização à polícia. O organizador do protesto, Rachid Nekkaz, da associação "Não toque em minha Constituição", afirmou que foi detido com uma amiga que usava o niqab diante do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, antes da manifestação em Notre Dame. 

Nesta segunda-feira entrou em vigor na França uma lei que proíbe o uso do véu islâmico integral — burca ou niqab, que cobrem da cabeça aos pés com uma abertura na altura dos olhos — em todos os espaços públicos, desde prédios estatais, hospitais, agências de correios até transportes públicos e lojas. O uso pode ser punido com uma multa de 150 euros (216 dólares) ou um curso de instrução cívica. 

De acordo com dados oficiais, 2 mil mulheres muçulmanas usam o véu islâmico integral na França. A França é o primeiro país europeu a adotar uma lei que proíbe o véu integral, mas outros Estados analisam medidas similares.

Fonte: Jornal Zero Hora, dia 11 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Após HIV, piora na vida sexual difere entre homens e mulheres, revela estudo da USP

Estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP constatou que após o diagnóstico positivo de HIV, homens e mulheres sofrem piora em suas relações sexuais. Essa piora pode estar relacionada a inúmeros fatores, desde o desempenho até a frequência do ato sexual. Segundo a pesquisa, ao comparar homens e mulheres foi possível perceber que cada grupo considera diferentes variáveis como causas da piora na vida sexual.
A psicóloga Lígia Polistchuck estudou o assunto em sua dissertação de mestrado “Mudanças na vida sexual após o sorodiagnóstico para o HIV: uma comparação entre homens e mulheres”, que foi orientada pelo professor Ivan França Junior. Ela constatou que algumas concepções construídas social e culturalmente sobre os universos masculino e feminino podem exercer influência para piora na vida sexual. Segundo a psicóloga, além de se depararem com tais concepções, atualmente os soropositivos ainda enfrentam, de certa forma, um suporte às vezes não adequado dado pelas instituições que se dizem especializadas. “Este suporte os reduzem ao diagnóstico da doença, sem atentar para os outros fatores que auxiliariam na promoção de sua saúde”, afirma Lígia.
A pesquisa, baseada na análise de questionários respondidos por 979 portadores de HIV, aponta as variáveis mais relacionadas à piora tratando-se de cada sexo. Há variáveis que protegeriam os soropositivos da piora na vida sexual, chamadas “protetivas”, e também variáveis que colaborariam para o agravamento da vida sexual. Para cada sexo, variáveis diferentes apresentam-se como mais expressivas, sejam protetivas ou não.
Por exemplo, para as mulheres, a falha de suporte do serviço de saúde, em diversos aspectos, é considerada muito significativa como causa de piora na vida sexual. Já para os homens, ter o número de parceiras sexuais reduzido após o diagnóstico apresenta-se como questão expressiva para o agravamento na vida sexual. Isso não os ajuda na tentativa de manutenção do “ser homem”, uma construção sociocultural.
Como “protetiva”, “a facilidade para falar com psicólogo às vezes” apareceu no universo masculino. Curiosamente, ao contrário do que se esperava baseado no senso comum de que mulheres conversam mais com os médicos — psicólogos e outros profissionais da área —, esta variável não foi expressiva para o universo feminino. Apesar disso, “a não abertura para falar com ginecologista sobre as relações sexuais” foi considerada um motivo expressivo de piora. A partir desta comparação, Lígia pôde confirmar a importância de ser oferecido um espaço para que as pessoas que vivem com HIV possam falar da vida sexual com o profissional de saúde. Este, por sua vez, deve ter um olhar mais atento às demandas não tão óbvias, ou que não se associem somente à prevenção ou ausência de doença.
Vida financeira e uso de drogas
O trabalho constatou ainda que questões que dizem respeito à vida financeira também exercem influência para as mudanças na vida sexual de portadores. No caso dos homens e das mulheres, respectivamente, estar empregado e receber um salário mediano, por exemplo, é considerado importante para as mudanças na vida sexual. Os homens, caso desempregados, têm mais possibilidade de apresentar piora. Esta piora aconteceria porque o homem é cobrado e/ou se cobra quando o assunto é “desempenho”, “poder”, “prover”, colaborando para o que a pesquisadora apontou sobre a influência das construções socioculturais associadas à vida sexual, além do diagnóstico positivo para o HIV.
No que diz respeito às drogas, a variável “fazer uso de maconha”, sendo este uso prévio ou atual, não determinado, apareceu como variável protetiva para os homens. Segundo a pesquisadora, “é possível associar este dado a duas questões: os efeitos do uso podem trazer um relaxamento que é útil se pensarmos na cobrança frente ao desempenho do homem na cena sexual. Ainda, o uso de droga pode se associar a uma construção de masculino valorizada, a de correr riscos, a de uma vivência e um saber sobre esta esfera”. É importante lembrar, segundo Lígia, que o efeito do uso é singular em cada organismo, o que não permite generalizações.
Para as portadoras de HIV esta variável não surgiu como associada à piora na vida sexual, revelando o quanto homens e mulheres são influenciados por variáveis diferentes em suas relações afetivas a partir do diagnóstico.
A pesquisadora utilizou duas amostras de portadores do vírus do Estado de São Paulo para realizar seu estudo: soropositivos que recebiam tratamento pela Casa da Aids, do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e pelo Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP. O estudo foi baseado em respostas a dois questionários: “Vulnerabilidade e o cuidado com as pessoas vivendo com HIV/Aids – Um estudo sobre a assistência às mulheres vivendo com HIV nos serviços públicos de saúde da cidade de São Paulo”, feito entre setembro de 1999 e fevereiro de 2000, e “Práticas sexuais e reprodutivas de homens vivendo com HIV que fazem sexo com mulheres na cidade de São Paulo”, realizado entre outubro de 2001 e fevereiro de 2002. Os questionários foram realizados por grupos de pesquisa interdisciplinar relacionados a universidades brasileiras.
Fonte: Agência USP de Notícias, também disponível em http://www.aids.org.br/

Enquanto o país registra queda, cresce o número de mortes por AIDS no RS

As mortes causadas pela aids no Rio Grande do Sul seguem uma curva ascendente que preocupa pesquisadores e coloca em alerta gestores em saúde pública. Em 13 anos, o Estado registrou um acréscimo de 52% nos óbitos decorrentes do HIV. É muito, mas não é tudo. O dado inquieta ainda porque, no mesmo período, o Brasil experimentou uma diminuição de 24% das mortes pelo mesmo motivo.
Por que o Estado vai no caminho oposto ao que ocorre no país?
Não há uma explicação capaz de dar conta do fenômeno com a segurança e o rigor necessários. Para suprir a desinformação, será montado um comitê multidisciplinar, com psicólogos, professores universitários, médicos, sociedade civil e gestores da saúde.
Enquanto respostas são buscadas, a diretora do Departamento de Atenção à Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, Sandra Sperotto, arrisca hipóteses. Uma delas é a notificação, que seria rigorosa no Rio Grande do Sul se comparada com os demais Estados, o que empurraria para cima as estatísticas envolvendo o contágio e a doença.
– Aqui, apenas 5% das mortes são por causas desconhecidas, mas, em alguns Estados, este número chega a 20% – diz Sandra, para quem os dados do Rio Grande do Sul refletem uma realidade mais fidedigna.
A segunda conjectura, porém, é bem menos otimista: os gaúchos poderiam estar reduzindo a prevenção.
– Com resultados positivos apresentados pelos antirretrovirais, é possível que exista uma banalização da epidemia, com as pessoas deixando de usar preservativo e compartilhando seringas – opina Sandra.
PANORAMA NO BRASIL E NO RS
Municípios com 50 mil habitantes ou mais e maior taxa (por 100 mil habitantes) de incidência
- O pico das mortes causadas pela aids no Brasil aconteceu em 1995, quando 15.156 pessoas foram vitimadas pelo HIV. Após, o país registrou uma queda acentuada e, desde 2002, uma estabilização dos óbitos que não ultrapassam a casa dos 11 mil. Em 2008, por exemplo, foram 11.523.
- No mesmo período, o Rio Grande do Sul registra uma curva ascendente nas mortes: foram 950 em 1995 e 1.445 em 2008, um aumento de 52%.
- Antirretrovirais são medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que inibem a reprodução do HIV no sangue, permitindo ao paciente viver e com qualidade. A associação desses medicamentos com fins terapêuticos, é dado o nome de terapia antirretroviral, também chamada de coquetel – 19 medicamentos atuam de forma complementar.
A NOTIFICAÇÃO
- Há basicamente dois grandes sistemas de notificação: o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) e o Sistema de Controles de Exames Laboratoriais (Siscel).
- No Sinan, são registrados casos de doentes de aids. A notificação, feita por profissionais de saúde, independe da vontade dos pacientes. Ela permite diagnósticos, fornece subsídios e contribui para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.
- O Siscel, em linhas gerais, está disponível para o registro de todos os casos e acompanhamentos de portadores de HIV, não apenas os que estão doentes. É alimentado por profissionais da saúde, que podem fazer consultas pela internet.
Sete cidades lideram lista de infectados
Dos 10 municípios brasileiros de população igual ou superior a 50 mil habitantes com maior incidência de portadores de HIV, sete são gaúchos. No país, Porto Alegre lidera o ranking dos infectados, com 111,5 casos para cada grupo de 100 mil pessoas.
Os outros seis são Canoas, São Leopoldo, Alvorada, Sapucaia do Sul, Viamão e Cruz Alta (confira lista no quadro à esquerda).Das 50 cidades com mais casos, 21 estão no Estado.
Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o epidemiologista Jair Ferreira aponta dois pontos principais como causas a serem avaliadas. Ele destaca que o pico do consumo de drogas injetáveis no Rio Grande do Sul se deu por mais tempo do que em outros Estados, aumentando os riscos de contágio. A atividade sexual cada vez mais ativa na terceira idade, faixa etária ainda refratária ao uso de preservativos, é outra possibilidade a ser avaliadada.
Para o epidemiologista, um suposto afrouxamento nos hábitos preventivos, se de fato houve, provocaria resultados a longo prazo, o que não ocorre no Rio Grande do Sul, que apresenta taxas altas de óbito e contaminação desde meados dos anos 1990.
– Teríamos de saber se nos outros Estados as pessoas se cuidam mais, o que eu não acredito. Eu apostaria ainda no rigor que existe em toda a Região Sul na apuração da causa das mortes, aumentando a identificação dos casos de aids no Rio Grande do Sul – complementa o especialista.


Fonte: ZERO HORA (2010), também disponível em: http://www.aidshiv.com.br/

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um relato da nossa experiência...

Olá a todos e todas as seguidodores deste blog,
Nesse espaço virtual, nós, integrantes do Grupo de Pesquisa Saúde,
Minorias Sociais e Comunicação, do curso de Psicologia da UFSM,
desejamos trocar idéias sobre temas relacionados à Saúde Sexual e
Reprodutiva, HIV/AIDS, discriminação de gênero/raça/etnia, aborto,
etc. Semana passada, tivemos o primeiro encontro do “Grupo de Estudos
Em Psicologia Social: Olhares Sobre Saúde Sexual E Reprodutiva Em
Tempos De Hiv/Aids”. O grupo é coordenado pela mestranda Vanessa
Berni, e conta com a participação de alunos de graduação, que são a
Mônica,  Daniela, Mariana, Rosinéia, Luana, Sâmara, Letícia, Cézar e a
colaboradora Mauren.
Pessoas dispostas a dialogar e aprender um pouco mais sobre  tal tema.
Pessoas convocadas (utilizando os termos da Mauren) pelos mais
diversos motivos, e que desejam que as discussões possam nos dar uma
base para nosso “fazer” profissional. Tais discussões irão pautar
nossa atuação no papel de mediadores do Projeto de Extensão chamado
“Conversando sobre saúde” (estaremos divulgando esse Projeto e
explicando nossa proposta em outro post). Mas também irão nos auxiliar
a compreender os sujeitos nos mais diversos contextos de atuação, seja
em caps, em clínicas individuais, nas escolas, em unidades básicas de
saúde, etc. Isso porque essas questões atravessam nossos cotidianos e
se inscrevem em nossas subjetividades.
Nesse encontro, iniciamos com a leitura do texto “Saúde Integral,
Reprodutiva e Sexual da Mulher”, da autora Wilza Villela. Nesse texto,
ela vai apresentar a idéia de que conceitos, tais como saúde,
reprodução, sexo, mulher, são conceitos construídos historicamente, e
que também passam por modificações ao longo dos anos. Confere especial
atenção ao movimento feminista, que veio questionar tais conceitos e
colaborar para novos e diferentes entendimentos em relação a Saúde
sexual e reprodutiva.
Inicialmente, a áreas que se dedicaram ao cuidado da saúde da mulher,
deram especial atenção à saúde materno-infantil. Ou seja, esse olhar
começou via reprodução e filhos. Através da diálogos e lutas de muitas
ativistas esta concepção começou a ser modificada, desnaturalizando a
noção de mulher como “ser reprodutivo”. A mulher passa a  ser olhada
como sujeito de políticas que lhe dizem respeito, implicada no
controle do seu corpo e possuídora de direito de decidir reproduzir ou
não.
Sabemos que, mesmo com intensos anos de lutas e debates, as mulheres
continuam sendo valorizadas pela sua capacidade de ser “mãe”. São
perguntas que rondam o cotidiano das mulheres: Tens filhos? Quando
vais engravidar? Ou seja, muitas vezes, a maternidade é antes uma
condição pré-determinada e de maior relevância do que o próprio “ser
mulher”.
Nesse texto a autora vai contextualizar sua fala a partir de questões
discutidas na Conferência Internacional sobre População e
Desenvolvimento, realizada em Cairo. Como já mencionamos em um post
anterior, tal conferência teve um papel fundamental para a questão.
A noção de controle sobre o próprio corpo à primeira vista pode
parecer uma questão simples, mas envolve uma complexidade tamanha.
Tivemos a oportunidade, no encontro do grupo, de pensarmos
conjuntamente tal questão. A história do Movimento Feminista, com o
slogan “nosso corpo nos pertence”, visava modificar a visão da
sociedade, colocando a mulher como sujeito de direito do controle
sobre o próprio corpo e reprodução. Mas esse movimento se deparou com
um outro entendimento da questão, baseados nas teorias  de Malthus,
que apontavam que o rápido crescimento populacional pode levar o mundo
à escassez de alimentos, e que começaram a desistimular a gravidez a
partir de tal paradigma. Isso impactou na luta das feministas, pois
não desejavam que o controle reprodutivo se desse a partir de tais
concepções.
Esse pequeno histórico nos  instigou a pensar na complexidade referida
no parágrafo anterior. Por exemplo, imaginemos uma mulher, moradora de
uma região muito pobre do Brasil. Imaginemos que essa mulher decide
conscientemente não ter filhos. Será está uma decisão própria, pautada
pelo seu direito de controlar o seu corpo reprodutivo? Ou será está
decisão pautada por outros condicionantes, como a pobreza que a
impossibilita de dar o sustento a um filho?  Será mesmo uma decisão da
própria mulher? Eis um pequeno exemplo de quão complexa é a questão,
já que somos sujeitos atravessados por questões
históricas-sociais-econômicas.
Aqui, tentei esboçar um pouquinho das nosso primeiro encontro.
Estaremos atualizando a medida do possível, pois nosso interesse é
ampliar a discussão, dialogar com outros acadêmicos, professores, e
membros da comunidade em geral.
 Até mais
Rosi