quarta-feira, 20 de julho de 2011

NENHUMA MULHER SE ACHA BONITA

Toda mulher bonita não se acha bonita. Mesmo a mais bonita.
É alguma coisa que não agrada: a orelha, o pé, a mão. São detalhes imperceptíveis para a tripulação barbuda. Ou as veias estão muito saltadas ou as unhas quebram rápido.
Uma coisinha que somente ela nota.
E ela sofre duas vezes: quando alguém descobre e quando ninguém enxerga.
A segunda opção é a mais triste. Caso o problema passar despercebido, partirá do princípio de que é tão insignificante que não merece a atenção dos outros.
Toda mulher se vê filha única do defeito. E não é um defeito, mas uma cisma. A maior parte dos defeitos é superstição.
Talvez o martírio feminino venha do excesso de controle: ela se olha demais, e tudo ganha o dobro de importância. O homem se olha de menos, e nunca teve estrias e celulite.
Para a mulher, espelho é lupa. Para o homem, espelho é janela.
Uma espinha, por exemplo, quando descoberta por uma mulher torna-se o próprio rosto. O rosto não existe mais, somente a espinha, que é alisada a cada preocupação.
Mulher não se acha realmente bonita. Nem Brigitte Bardot antes. Nem Gisele Bündchen agora.
Mulher nenhuma no mundo é vaidosa; vaidade é a confirmação de um atributo e ela desconhece suas qualidades.
Mulher nenhuma acredita que é bonita, apenas disfarça que é bonita.
O elogio que recebe soa como ironia. A ausência de elogio soa como reclamação.
Arrumar-se de manhã para a mulher não é um prazer, e sim um pânico.
No fundo, ela se considera um encalhe. Jura que qualquer novo amor é resultado de compaixão ou cegueira masculina.
Mulher não nasce bonita, torna-se provisoriamente bonita (em sua concepção, a beleza dura apenas um dia).
Ela se monta por 24h, mais do que isso não consegue: carrega o medo de se desmanchar com a luz e desiludir a expectativa do próximo.
Seus cuidados são vinganças: à infância, ao deboche da família, ao bullying na escola.
Dentro dela, ela continua uma nerd. Guardará para sempre a imagem de menina inteligente e problemática, de gorda balofa, de desengonçada e fora do time, de alta girafa, de sardenta enferrujada, de vesga fundo de garrafa.
Não adianta convencê-la de que ela é linda, ela se acorda despenteada e nasce de novo, como se não tivesse vivido antes.
Não é falsa modéstia, sequer é modéstia, ela se percebe feia. Toda mulher bonita acredita que, no máximo, pode se ajeitar.
Em seus olhos, corre uma insatisfação permanente que não permite descanso e luto.
Se seus cabelos são lisos, ela gostaria que fossem cacheados; se são cacheados gostaria que fossem ondulados, se são ondulados gostaria que fossem crespos.
A beleza é uma conclusão. E toda mulher vive de dúvidas, toda mulher é uma pergunta. Uma insaciável pergunta.
 
(Fabrício Carpinejar) http://carpinejar.blogspot.com/

terça-feira, 12 de julho de 2011

Projeto de lei para separar sangue gay do hétero nos hospitais

Infelizmente temos deputados que não têm mais o que fazer... não devem saber que temos sérios problemas na área da saúde, na economia, questões de violência, de fome  e miséria.Muito menos sabem que os hospitais precisam de sangue e que sangue é tudo vermelho. Na hora da necessidade, da dor e da morte pouco importa se o sangue vem de um príncipe, de um "louco", de um mentiroso... importa é que alguém foi generoso suficiente e doou parte de si para salvar uma vida. Será que este deputado não sabe disso????

http://mixbrasil.uol.com.br/pride/politica/bolsonaro-vai-apresentar-projeto-de-lei-para-separar-sangue-gay-do-hetero-nos-hospitais.html
Diga NÃO à discriminação e à violência!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dica de filme

UMA MÃE EM APUROS

(Motherhood, 2009)
O filme se passa em um único dia na vida de Eliza Welch (Uma Thurman), escritora de ficção, mãe e blogueira, que precisa preparar a festa de aniversário de seis anos de sua filha, cuidar de seu filho mais novo que está começando a andar, lutar por uma vaga no estacionamento, socializar com outras mães no playground e resolver uma encrenca após postar uma confissão de sua melhor amiga em seu blog. E, além de tudo isso, Eliza decide entrar em um concurso organizado por uma revista sobre pais e tudo que ela precisa fazer é escrever uma redação de 500 palavras sobre o que a maternidade representa para ela. (http://cinema.cineclick.uol.com.br/filmes/ficha/nomefilme/uma-mae-em-apuros/id/15930)